Irecê: Vereador exige esclarecimentos sobre distribuição do milho

quarta-feira, 10 de abril de 2013

JC&R

Irecê: Vereador exige esclarecimentos sobre distribuição do milho e presidente da Coopirecê diz que convocação não possui fundamentação

Em atendimento ao requerimento convocatório, protocolado junto a Comissão de Agricultura e Política Rural, da Câmara municipal de Vereadores de Irecê, é aguardado para a próxima sessão, a ser realizada amanhã (11), a presença de Walternei Dourado (Nei), presidente da Coopirecê - Cooperativa Agropecuária Mista Regional de Irecê, no sentido de prestar esclarecimento referente à distribuição do milho doado por produtores do município de Sorriso-MT.

 

 O vereador responsável pela ação, Leonardo da Silva (PSDB), Léo da Unibel, defende que o presidente da cooperativa tem obrigação em divulgar quais os critérios adotados para distribuição do milho, destacando a particularidade, da lista de beneficiados ser composta apenas por cooperados, como também pela destinação de 600kg a produtores residentes no município de Tapiramutá-BA.

Léo da Unibel - Procurado pela reportagem do Cultura&Realidade, o vereador relatou sobre as motivações que o levou a tomar a iniciativa. “Na entrevista com os produtores (Sorriso-MT), eles queriam beneficiar pequenos produtores e não falaram nada sobre cooperados”, destaca Léo. 

Ele ainda acrescentou que de posse da lista de beneficiados, apresentada pela Coopirecê, pode verificar que muitos tinham condição não somente de comprar algumas sacas de milho, mas de “comprar uma cooperativa, se fosse o caso”, diz Léo.

Questionado sobre a legalidade do requerimento de convocação, ao tempo que o milho não foi oriundo de fonte governamental, o vereador exclamou que o que estava em jogo, não era a origem e sim, quem seria beneficiado com a doação. “Não importa a origem do milho, a cooperativa é pública, sem fins lucrativos, sediada em Irecê, ela recebe recursos do governo estadual e federal e por isso, deve esclarecimentos à sociedade”, avalia o vereador.

Léo da Unibel, concluiu avaliando que não identifica nenhum problema na ida de Walternei a Câmara de Vereadores para tal finalidade, afirmando que, caso os esclarecimentos fornecidos pelo mesmo, sejam convincentes, tratará o assunto como encerrado, mas julgando o contrário, irá dar sequência com as investigações sobre o assunto, solicitando ao tempo, a abertura de CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito.

Walternei – Em contato também com o Cultura&Realidade, o presidente da Coopirecê, alega não ter recebido nenhum documento da Câmara municipal de Vereadores de Irecê até o momento da entrevista, levando-o a firmar agenda para esta quinta-feira (11), na cidade de Serrinha-BA, onde irá participar da reunião de diretora da Central de Comercialização Arte Sertão, responsável pelos “Armazéns da Agricultura Familiar”, em que o primeiro, de uma sério de oito (08), foi inaugurado no mês de março de 2013. Destacando que sua participação nesta reunião enquanto diretor, terá como propósito, pleitear a implantação de uma dessas estruturas em Irecê, pois o município encontra-se fora da programação para este ano.

Nei, como é conhecido, diz não ter nenhum problema em prestar quaisquer esclarecimentos, contudo, avalia não possuir fundamentação jurídica o referido requerimento de convocação, pois segundo o mesmo, a cooperativa é uma instituição privada, devendo prioritariamente, satisfação direta ao seu quadro de cooperados. “Qualquer um pode me convocar, o problema é que quando fui atender a solicitação de uma rádio, até falei, mas só foi eu sair e fui desmentido, colocando dúvidas sobre o que minha fala, assim fica difícil dialogar!”, relatou o presidente.

Outra questão levantada por Nei, no sentido de melhor esclarecer o episódio, refere-se à reportagem exibida no programa “Globo Rural, da Rede de Globo de Televisão. “As quatro (4) carretas citadas na reportagem, foi desviada para Senhor do Bonfim (BA), obrigando a gente a entrar em contato com os produtores de Sorriso-MT, para conseguir as nossas duas (2). E sobre a distribuição, a diretoria da Coopirecê chegou a enviar um e-mail para os responsáveis pela doação, perguntando se eles teriam algum critério de distribuição, mas não tivemos resposta. Por isso, adotamos o que regi a legislação cooperativista, contemplando logicamente nossos cooperados”, afirma Nei.

Ao final, Walternei disse que é vítima de ataques injustos, mas que encontra-se tranqüilo, aguardando o esclarecimento da situação o mais rápido possível, reafirmando que julga não ter cometido nenhuma infração legal e que continuará buscando melhorias para a agricultura familiar do Território de Irecê.